25 agosto, 2006

Transgênicos


ALIMENTOS TRANSGÊNICOS MATARIAM A FOME NO MUNDO?
Segundo Jean Marc von der Weid, assessor da FAO, existiam 840 milhões de famintos no mundo em 1996, época da Conferência Mundial da Alimentação. Deliberaram nessa reunião diminuir pela metade esse numero, mas, após 5 anos o número chegou a mínimos 30 milhões. Esse cenário tende a piorar até 2030, está previsto o crescimento da população para aproximadamente 10 bilhões de pessoas.

O problema não é a falta e sim a dificuldade de acesso a esses alimentos para o sustento desses famintos. No Brasil 13,7 milhões passam fome e 40 milhões se alimentam insuficientemente. Em outros países há dificuldades com importação e produção interna.

A Conferencia Mundial reconheceu que é necessário aumentar a oferta e colocar preços acessíveis nesses alimentos. Será que os transgênicos resolveriam este problema? Nos Estados Unidos a produção de transgênicos em larga escala se mostrou pouco produtiva e pouco econômica. O milho Bt (resistente a uma lagarta – sua produção nos últimos 5 anos ficou abaixo do esperado) e a soja (resistente a herbicidas – produção inferior a culturas convencionais entre 5 e 10 % de produtividade).

No inicio houve economia na utilização de mão de obra, equipamentos e agrotóxicos. Em momentos seguintes surgiram superervas daninhas e lagartas mais resistentes. Utilizando-se de produtos mais fortes para combate-las e adquirindo sementes transgênicas para os plantios seguintes aumentaram os gastos de controle e replantio.

Para equilibrar essas perdas olham para os países do terceiro mundo e veem as extensas áreas para o plantio de transgênicos aumentando a oferta e baixando os custos de produção. Será que os agricultores familiares desses países podem arcar com tanta tecnologia e gastos numa produção em grande escala de transgênicos que nem conhecem? Será que o nordestino brasileiro, o migrante paulistano ou o morador dos desertos africanos possue condições de investir mesmo que fossem produtivas? Muitas ONGs e governos internacionais mostram que a solução para eles está na agroecologia (produtividade de até 500% comprovada pela Sussex University – Inglaterra) e com resultados cumulativos e sustentáveis sem exigir riscos e altos investimentos. Utilizando a tecnologia agroecológica nas culturas de milho, soja, feijão e trigo brasileiras a produção ficou no mínimo duas vezes maior.

A agroecologia tem se mostrado como a melhor opção para combater a fome em grande escala no mundo, pois, o pequeno agricultor não gasta com investimentos em adubos, agrotóxicos, equipamentos e sementes alteradas além de melhorar o consumo alimentar, a renda e a fome na região urbana das cidades de diversos países, mesmo sem o apoio em pesquisas, extensão rural ou crédito pôr parte das autoridades. Os transgênicos podem resolver a curto período de tempo os grandes problemas dos grandes produtores mas não o grande problema da fome no Brasil e no mundo.